quinta-feira, 10 de maio de 2012

Santa Eudóxia lança moeda social

Entre os dias 16 e 19 de abril, ocorreu no Distrito de Santa Eudóxia, em São Carlos, a eleição para escolha da arte da Moeda Social Quilombo. Esta moeda social vai permitir que os moradores tenham descontos na compra de produtos dentro da comunidade e que possam pegar empréstimos no Banco Comunitário de Santa Eudóxia.
As cédulas Quilombos ($Q) serão impressas com valores de $Q 0,50, 1, 2, 5, 10, 20 e 50 Quilombos. A nova moeda será administrada pelo Banco Comunitário de Santa Eudóxia.
O nome da moeda Quilombo é a expressão da formação histórica do Distrito de Santa Eudóxia, que abrigou o maior quilombo do Estado de São Paulo, e no qual chegou a morar cerca de 4 mil escravos fugidos. Além disso, existe o rio Quilombo, que atravessa o distrito.

Contratações

Até o momento, foram contratados 2 Agentes Comunitários em Finanças Solidárias e Desenvolvimento Local e, em breve, o prédio da Rodoviária de Santa Eudóxia será ampliado para poder abrigar o Banco Comunitário.
Os agentes contratados estarão visitando o comércio local para tirar dúvidas e prestar esclarecimentos. Além de realizar o trabalho de “câmbio”, isto é, a troca de reais por Quilombo, o Banco Comunitário terá uma linha de crédito para pequenos empreendedores, com o intuito de promover a geração de trabalho e renda naquele distrito.
Por meio da moeda social Quilombo os moradores poderão trocar os seus reais (R$) pela moeda Quilombo ($Q), e a moeda só poderá ser utilizada no Distrito de Santa Eudóxia.
 

Economia solidária

O Banco Comunitário de Santa Eudóxia é parceiro do Instituto Palmas (criador da metodologia dos bancos comunitários, gestor do primeiro Banco Comunitário do país - Palmas - e entidade de suporte em âmbito nacional), do Programa de Apoio às Finanças Solidárias, por meio de convênio firmado com a Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes), vinculada ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), do Núcleo de Economia Solidária (Nesol) da Universidade de São Paulo (USP) e da Associação de Moradores daquela região.
A adequação do prédio da rodoviária, local onde funcionará o banco tem o apoio da Prohab. Essa é mais uma iniciativa da política pública da Economia Solidária no município.

Banco Palmas


É  um banco comunitário brasileiro, conhecido formalmente como um “banco comunitário de desenvolvimento” ou BCD, fundado em 1998 no Conjunto Palmeira, um bairro de 32.000 habitantes localizado na periferia de Fortaleza (CE).
Opera sob o princípio da “economia solidária”. Foi o primeiro dos  bancos comunitários com estruturas semelhantes em todo o Brasil. É gerido localmente pela Associação dos Moradores do Conjunto Palmeira, conhecido por sua sigla Asmoconp, de que a maioria da equipe é voluntária. A missão do Banco é implementar projetos de trabalho e geração de renda através de sistemas de economia solidária primariamente focada na superação da pobreza urbana e rural. O objetivo é garantir microcréditos para produção e consumo local, com taxas de juros mínimos e sem requisitos para inscrição, comprovante de renda, ou fiador (os vizinhos garantir a confiabilidade do tomador). A missão é também para fornecer acesso a serviços bancários para os moradores das comunidades mais pobres, que não teriam acesso a eles nos bancos tradicionais, com base na falta de histórico de crédito ou de garantia financeira e / ou distância física.

Santa Eudóxia

Santa Eudóxia, como é chamada hoje, era uma região de difícil acesso até o final do século 19, tanto por sua localização no “sertão” paulista quanto pela topografia da região. Seu primeiro sinal de ocupação foi às margens do córrego Itararé, onde um povoado se formou.
Este povoado era um aglomerado de choças em torno da capela de São Sebastião que ali fora construída, passando o povoado a ser chamado de São Sebastião do Itararé e, depois, São Sebastião do Quilombo.
O povoado, em finais do século 18, era formado por remanescentes indígenas e por posseiros que vinham tentar a vida no interior do País, em áreas em que poderiam demarcar um pedaço de terra como seu.
A tradição oral local faz referência à presença de escravos fugidos na região de Santa Eudóxia, em data anterior ao estabelecimento da Sesmaria do Quilombo (da qual as terras do atual distrito fazem parte), cujo nome teria sido herdado pela presença desses aquilombados – o Ribeirão Quilombo e Rio dos Negros seriam outros lembretes desta presença.


Texto retirado de http://www.panoramabrasil.com.br/distrito-de-sao-carlos-lanca-moeda-social-id85578.html



Modelo da moeda escolhida


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